Alma mater


"Já nem chorar me traz consolo" e "antes sozinha toda a vida que ter um coração que mente" são frases que, só por si e em determinadas circunstâncias, já ligam o interruptor do choro. Com esta melodia nostálgica do Rodrigo Leão, então, é tiro e queda, mas queda aparatosa.

Do álbum "A Mãe", com a colaboração dos Cinema Ensemble, entre outros, o tema "Vida Tão Estranha", que aqui se escuta em gravação num espectáculo no Casino Estoril, ganha, como em tantos outros casos, particular candura e beleza com a voz da Ana Vieira.

Em tempos assumi que Ana Vieira era a grande intérprete da música portuguesa, pouco conhecida porque, insistentemente (e ao contrário do que acontece na maioria dos casos), cada vez que um tema do Rodrigo Leão passa, na rádio ou na televisão, o nome que o acompanha é o do autor/compositor, peça fundamental e fulcral nesta identidade sonora. Mas não deixa de ser injusto, principalmente num contexto cultural como o nosso, que o nome da cantora não chegue ao público.

Veja-se o caso, mero exemplo, de "Voltar".

Inúmeras colaborações há, felizes, de vozes femininas com Rodrigo Leão (assim como de variados músicos). Mas para o efeito que se pretende , deixo aqui outra musiquinha que, uma noite, chegada a casa com a incumbência de chorar (a conselho de uma amiga sábia e porque era preciso), fiz passar no iPod em loop, até que adormeci (a chorar, de facto). Estávamos no final do ano de 2005 e passados dois ou três dias acabei, curiosamente, por passar o réveillon, nada mais, nada menos, que em casa do grande compositor.

Neste caso é Rosa Passos que dá a voz a "Rosa", do álbum "Cinema".


Sem comentários:

Enviar um comentário